terça-feira, 6 de novembro de 2012

O Revolucionário


Não é de hoje que as doutrinas, seitas e religiões, prometem a redenção aos seus fiéis, as promessas sempre se amparam nas regras de conduta que cada uma impõe aos seus seguidores, amaldiçoando todos aqueles que lhes dão as costas, condenando seus “Judas” ao calvário que estes mesmos já se encontram; seja o inferno ignorância, o purgatório do temor ou no umbral da credulidade.

Por melhor que sejam as intenções e por mais que os embusteiros se justifiquem com velhos ditos populares como:”dos males o menor” ou “é um mal necessário”, o significado do vernáculo é claro quando afirma que o mal se opõe ao bem, desviando do que é honesto e “moral”, infelizmentea morbidez dessas frases passa desapercebida pela maioria, até mesmo pelos mais eruditos e espertos, insensíveis a calamidade do que representam, dada sua popularidade e sua aspecto inofensivo. A impostura é doença epidêmica e reinante no mundo humano desde que algumas pessoas mais astutas, perceberam que uma boa oratória e um documento bem redigido poderiam exercer um poder quase ilimitado sobre os demais, utilizando-se do direito auto-arbitrado de proprietário de pretensas verdades divinas, os mensageiros da boa nova, mentores da nova ordem social, da cultura do amor e da salvação do espírito, se espalharam pelos povos do mundo como uma epidemia, muito mais devastadores que os ingênuos “xamãs” e pajés da alvorada de nossa civilização.

Tão bem engendradas são as artimanhas dos manipuladores de “mentes”, que se resguardaram da dúvida, atribuindo ao poder de intervenções miraculosas os mecanismos que utilizaram para alcançar as bênçãos dos entes superiores que lhes confiaram os segredos e ritos sagrados, um privilégio notoriamente dado somente aos “escolhidos”, seres especiais que estão acima das pessoas comuns, portadores do conhecimento dos “deuses”. Curiosamente esses profetas, que gozaram das benesses divinas, guias da bem-aventurança, em sua bondade ilimitada prometem a realização do quase intangível, da supremacia da verdade e da razão, alegando que os instintos bestiais e as limitações impostas pelo seu corpo físico poderão ser superados pelas revelações de seus espíritos, livres das fraquezas humanas. Esse processo de ascensão espiritual deve ser realmente algo muito complexo para que maioria dos seres humanos realize, afinal, quantos fiéis ou seguidores alcançaram tal iluminação, que se tenha notícia...

A inquietude que estas questões suscitam reside no fato de que se o espírito não corresponde ao homem do corpo que ele vivifica o que se é então, um rascunho, um arremedo de projeto espiritual que habita uma criatura humana buscando redimir-se dos erros de vidas passadas, almejando a evolução e a consciência do que realmente se é, ou seria esta mais uma trapaça que alimenta a esperança dos imprevidentes na busca do conhecimento de si mesmos.

Ora, se não se pode ser o que se é, cabe perguntar, como ficam todos aqueles que estudam o para-psiquismo humano, projetores astrais ou “consciênciais”, e os seguidores do espiritismo, tão criticados e desrespeitados por outras linhas doutrinárias, que alegam ser capazes de desdobrar-se e desvinculados de seu corpo físico, poder ir além de suas limitações carnais. Existem também outros fenômenos, que contam inclusive com o aporte da ciência médica, como é o caso daqueles que experimentaram experiências de quase morte, além do coma profundo, declarados biologicamente mortos, mas, que por algum motivo “voltaram”. Considerando que tais procedimentos poderiam realmente permitir alcançar o mundo etéreo, seria natural que muitos regressassem cheios de mensagens divinas, novos messias da humanidade, felizardos que puderam conhecer a verdade. Frustrante, mas normalmente não é o que acontece, quando “voltam”, são o que sempre foram, pessoas normais, alguns narram histórias de sensações de paz e felicidade ilimitadas, no máximo, lugares astrais. Então onde está o erro, todos são indignos das verdades celestiais, direito reservado somente aos profetas. De fato, a veracidade dessas histórias é incomprovável, no entanto, os fenômenos extraordinários ou inexplicáveis padecem da mesma falta de provas que as verdades doutrinárias ou dogmáticas. Na grande maioria das vezes são uma coleção de pensamentos humanos colocados a serviço da vaidade de querer posterizar-se além da morte, de interesses materialistas particulares de alguém ou de mais uma forma de doutrinação qualquer.

Mercadores de esperanças se espalham pelo mundo como gafanhotos sobre a lavoura indefesa, propagando que seus ensinamentos espelham a vontade do criador. Certamente ninguém é obrigado a segui-los, a todos é dado o direito de escolha, o livre arbítrio. Será mesmo? Os pais, muitas vezes contaminados pela moléstia da crença, induzem seus descendentes, mesmo que sem querer, a acreditar naquilo que elegeram como verdade, inconscientes de si mesmos e do prejuízo que podem causar aos próprios filhos, tolhendo mais que a liberdade de escolha, incentivando-os a seguir o mesmo caminho, repetindo o erro que lhes fora imposto, educando-os para se adequar aos parâmetros morais e sociais para que foram adestrados.

O conhecimento unilateral, tendencioso e parcial, fundamentado na clássica base maniqueísta, em geral, não leva a lugar algum, traz somente respostas prontas, ao contrário, o conhecimento deve ser plural, buscado e perseguido, não cai como “Manah” dos céus, obtê-lo permiti ao peregrino encontrar de forma isenta, lúcida e transparente, a verdade; coisa  que muitos relutam em enxergar para não ter que admitir para si mesmos a própria fragilidade de suas convicções, para não confrontar suas crenças, fundamentadas não no livre pensar, mas em um molde invisível, porém palpável, que os tornam sectários de uma forma pensar que não aflorou de suas vivências pessoais ou do mundo interno de suas mentes, mas sim de ensinamentos de uma linha doutrinária, do pensamento alheio que passaram a acolher como verdade, ignorando sua condição de crentes, venerando aquele que acreditam ser o portador da verdade.

O pensamento puro nascido no âmago do sentir e do pensar é praticamente um Nirvana. Como ser senhor dos próprios pensamentos ignorando todo tipo de influências benéficas ou nefastas que acercam o homem todos os dias de seu viver? Sinceramente, essa é uma resposta difícil de encontrar, e se alguém a encontrou reteve para si tal descoberta. A mente misteriosa mente humana onde a calmaria repentinamente cede lugar a turbulência faz transparecer a “persona” daqueles que buscam sua individualidade, é capaz de traí-los de forma tão eloquente que se torna admirável não perceberem a assinatura dessa confissão de culpa diante de si próprios perante tal manifestação.

Alguns seres inconformados com a trajetória errante dos homens, talvez sem querer, começam a instigar outros semelhantes a questionar a situação que se encontram, não raramente andando em círculos, sem sair do lugar, iludidos de que estão "evoluindo", ouvindo sempre a mesma retórica, aquela, que caracteriza qualquer processo doutrinador, impondo limites a manifestação das compreensões individuais, acautelando-se, restringindo a literatura que pode pesquisar como se todo resto se tratasse de livros apócrifos, que não atendem ao cânon desta ou daquela linha doutrinária, resvalando sempre na mesma justificativa de que e preciso macerar infinitamente o bagaço para extrair até a ultima gota do mosto, quando muitos poderiam expandir seus horizontes se si permitissem a conhecer mais de si mesmos, quebrando paradigmas e censuras internas, percebendo que o mundo a sua volta vai muito além de um punhado de livros que sacralizaram com se fossem o resumo da verdade. Abandonar essa dieta nociva que limita a percepção dos gostos e veda a oportunidade de experimentar outros sabores mais palatáveis e compensadores, favorece a busca por si mesmo e ajuda a encontrar respostas mais sensatas e balizadas nas experiências únicas de cada um.

Quais são as circunstâncias que levam as pessoas a abraçar certas causas e reagir ao “status quo”? Pessoas que mesmo sem querer acabam transformando-se num farol em alto mar, passando a orientar o caminho de muitos barcos errantes que tentam chegar ao seu destino em meio à tempestade, poupando-lhes do desastre de colidir em uma rocha fria, inerte, que silenciosamente aguarda que os incautos dêem com seus cascos frágeis na crista de seus arrecifes, encantados pelo suave coro das sereias que exibem sua beleza, mas escondem a intenção perversa de tanta doçura. A vida está cheia de sereias, alguns marujos mais calejados, sabedores dos riscos do oceano da existência, dificilmente cairão na mesma tentação dos cânticos sirénios, querendo de bom coração evitar que tal aflição se abata sobre outros navegantes. Ainda assim muitos navegadores, indubitavelmente cultos, conhecedores de outros mares, resistem em aceitar os fatos que se apresentam evidentes aos seus olhos, talvez por medo, insegurança, conforto, sabem-se lá os motivos que levam pessoas inteligentes maquiavelicamente persistirem na mesma cruzada insensata.

Que pensamentos norteiam certos comportamentos humanos alimentando-os da volúvel certeza de se estar fazendo o bem. O que poderia ser realmente o bem? Os “proselitistas” crêem que o fazem ao tentar convencer outros de que a redenção só pode ser alcançada, através do seu caminho, orientados pelo seu mestre, o mensageiro que trouxe os segredos da salvação. Essa conversa antiga, utilizada pelas doutrinas e religiões desde os tempos mais remotos, que pressupõe resignar-se a um mestre não é nenhuma novidade. Aos crédulos nunca faltarão mestres para seguir, a epifania tornou-se abundante e viceja em todos os lugares para onde se mire o olhar. Qualquer um pode arrogar-se guru ou profeta da verdade, espertos que perambulam por este mundo levando a “sabedoria” aos pobres tolos, que despercebidos da armadilha regozijam-se felizes, clamando aos quatro ventos que encontraram um caminho para verdade, ignorando que a verdade talvez já faça parte caminhada de cada um.

Chega a ser aviltante, a cobrança que algumas doutrinas fazem da gratidão para com seus mestres, quando nem mesmo Deus cobraria tanto. Uma postura autocrática que banaliza o significado da palavra, desvirtuando a magnitude de sua essência. Que cegueira mental faz com que os seguidores sejam levados proclamar infinitamente uma gratidão a outro, tão humano e deficiente quanto ele? Que nuances sobressaem nessa conduta? Demonstrar publicamente que se é grato, denotar a submissão ao seu mestre. Ora, qualquer cidadão por mais rude que seja sabe que a gratidão é um agradecimento que decorre de um sentimento interno espontâneo, não precisa ser propalado a toda hora. Bons filhos são gratos aos bons pais pelo presente da vida que receberam, no entanto, não precisam falar-lhes isto todos os dias, eles já sabem, esta virtude é refletida na própria conduta. Todo tipo de bajulação soa eminentemente falsa, pedante e artificial, revelando uma postura que se deva cumprir em subserviência a alguém, transparecendo nas entrelinhas a vaidade e a soberba, em contradição a humildade que deveria ser cultivada, sem que se precisasse reafirmar enfadonhamente isso, assemelhando-se a uma lavagem cerebral, onde mentes mais sugestionáveis sucumbem ao ritual.

Rechaçar o fanatismo é outro “clichê” comumente encontrado nesses ambientes, atirando contra o próprio pé, comprovam que ele está mais vivo e presente do que se imagina, mesmo que queiram fazer acreditar que ali se estaria livre dele. Ledo engano, nestes locais ele encontra alento e abrigo, desenvolvendo-se rapidamente e de forma ávida contamina aqueles que se achavam imunes a ele, seguros que não fazem parte desse grupo de desafortunados.

Pode-se querer ignorar que não exista um mundo perfeito, mas ainda assim todos se encontram inseridos nele, querendo ou não. Mesmo que se almeje criá-lo, iludindo as pessoas como se estas fossem da elite intelectual ou de uma outra “casta”, mais selecionada e evoluída, proclamando-se superior, denota uma condição lamentável, a daqueles que cegamente convictos se consideram mais capazes que os outros, desnudando para os demais a ignorância de tudo que os cerca, enclausurados na redoma mental que alija seus prisioneiros da convivência comum, simples, humana. Sem saber, esses pobres miseráveis cultivam o preconceito e a intolerância, a arrogância e o desprezo pelo alheio, discriminando o que é diferente, e convenientemente ridicularizando o que não conseguem compreender, simplesmente por que aquilo não converge com sua forma de pensar.

Infelizmente para estes seres o mundo esta cheio de fariseus, revolucionários que ousaram discordar e levantar durante o sermão para mostrar aos outros que qualquer coisa é passível de mudanças, mesmo aquelas que para muitos não podem ser maculadas. Para qualquer doutrina, seita ou religião, aqueles que tiveram a petulância de se rebelar aos ensinamentos foram demonizados, excomungados, banidos e execrados.

É curioso observar como atua a consciência humana, perceber a dificuldade em alcançá-la seria um bom começo, constatando a própria inconsciência, voltando-se para dentro de si mesmo para tentar superar, cada um ao seu tempo, suas deficiências e propensões, zelando pela imagem que deve estampar, demonstrando para quem nos acerca uma conduta mais louvável.

Pensar nas conseqüências das atitudes não é tarefa fácil, é como atear fogo sobre o mato seco, que se alastra rápido ao sabor do vento, foge aos limites do aceiro, queimando mais do que deveria, chamuscando a si próprio. Mas o fogo que destrói, também purifica, queimando a utopia e a ilusão da um mundo perfeito, alertando a razão que se é falho. Esse fogaréu que se consuma na observação atenciosa do que se vive, modifica a paisagem dos conceitos e valores antes ajuizados, faz brotar das cinzas outros mais novos e adequados a percepção da realidade. São testemunhos pessoais vivos de que se pode evoluir e mudar algo que está errado, encorajando aqueles a sua volta a saírem da inércia que se encontram para que tomar uma atitude em prol de si mesmos, escapando dessa complacente, perniciosa e demasiadamente homogênea, mesa de confrades, que sufoca, desestimula, enfraquece a força de vontade inata em cada ser.

Talvez um dia a humanidade se livre do “mal necessário”, lembrando que não é preciso aguardar pelo futuro, basta olhar o passado recente para identificar dos absurdos cometidos para que “fosse feita vossa vontade”. Não importa o credo ou viés ideológico que se siga, brindado pela inteligência, o homem pode, se quiser, separar o joio do trigo, resgatando desse conhecimento, tudo que há de bom. Sempre haverá esperança enquanto existirem pessoas despertas e atentas, observadores revolucionários dispostos a mudar o mundo para melhor, desafiando toda sorte de preconceitos, crendices e fanatismos, convictos de que se não tentarmos, permaneceremos eternamente estagnados acalentando o sonho de uma evolução improvável. 


Dedico este texto a um conhecido que inspirou-me pelo exemplo de sua persistência em querer melhorar algo.

4 comentários:

  1. Amigo LORG, bons dias!

    É gratificante ler suas postagens. Esta, além de provocar reflexão, nos conduz sem desvios a uma verdadeira revolução interior. Cada apontamento que você fez no “O Revolucionário” nos mostra, com clareza, os desvios que a humanidade tem adentrado na sua trajetória evolutiva. Trajetória essa que a humanidade, geralmente, percorre por desvios tortuosos se afastando do caminho natural. Se não bastasse o equivoco, esses desvios são apresentados como atalhos milagrosos para os “eleitos”. Os cânticos sirênicos, propagados pelas religiões, doutrinas e seitas são cada vez mais altos, intimidando os inseguros, os medrosos e os interesseiros que, por vezes, buscam refúgios nas pseudo verdades desses insensatos cânticos.

    “O Revolucionário” apontou com sabedoria a revolução que não podemos prescindir, embora saliente não ser tarefa fácil (“Pensar nas consequências das atitudes...”). Realmente amigo Luiz, o fogaréu que precisamos nos consumir é o da observação atenciosa do que se vive. Um dia, eu já me inspirei na frase: Aquele que quiser chegar a ser o que não é deverá começar por não ser o que é. Hoje, eu não fujo da realidade de ser o que sou, em cada instante do meu viver e em vez de fugir, ou fingir, ser o que não sou apenas observo passivamente como sou.

    Abração,

    Roberto Lira

    ResponderExcluir
    Respostas


    1. Bom dia Roberto,

      Não sei como está o tempo em Berlândia, mas aqui em Nova Lima, digamos, "um pouco úmido demais". Um belo dia para estudar, refletir e responder as "provocações" dos amigos.

      Confesso que deixei muitos sentimentos pessoais aflorarem neste texto, me condoí com esforços desse "conhecido", que se também se desligou, e vem empreendendo uma luta para tentar mostrar que se a coisa não mudar, acabará por converter-se em mais uma irmandade ou doutrina, como tantas outras que existem por aí. Sinceramente, embora suas intenções sejam as melhores, talvez esteja míope para a profundidade deste problema, penso que ele, não percebeu que esse doença é visceral, não adianta amputar algumas partes quando todo o corpo já está comprometido pela enfermidade.

      Com relação a frase: "Quem quiser chegar a ser o que não é deverá principiar por não ser o que é.

      Penso que devo principiar por aceitar o que sou. É compreender minhas imperfeições, defeitos e virtudes, aprendendo com comigo e com minhas vivências, tentando assimilar-las compreende-las e em decorrência disso ser capaz de admitir nos outros essas limitações, mas, sobretudo, aceitando e aprendendo a aceitar as diferenças, entendendo que não somos iguais.

      Custei a descobrir que esta trajetória tem ser percorrida através de um despertar íntimo natural, algo fluído, contínuo, como as águas de um rio, - que já aludimos outras vezes -, que se renovam todos os dias, sem nunca permanecerem estáticas. Esse descobrimento me levou a concluir, e posso estar errado, que não existe processo de evolução consciente, eu sou o próprio processo, depois que consegui adquirir alguma consciência deste fato.

      Comecei a pensar de forma mais enfática nos objetivos que tenho aqui, algo que transcende ao simples viver. Percebi que estou sempre construindo e desconstruindo conceitos e valores ao longo da vida, tentando adequá-los na medida do possível as minhas necessidade e realidades, que são únicas, individuais.

      Não sou o que sou, estou, e a medida que vou vivendo, vou me transformando naquilo que não era a um segundo atrás, não tentando ser o que não sou, mas sim sendo o que sou neste instante, aqui e agora, observando cada instante, moldando e remodelando-me todo tempo, de acordo com as verdades que vou experimentando. Em resumo, hoje entendo que cada um deve encontrar seu próprio processo, não existem receitas para um processo de evolução consciente, para mim a admissão desse conceito configura a doutrinação, que cerceia a liberdade de expressão, uma coerção velada que não estava mais disposto a suportar.

      Para ser autêntico, é preciso valentia, coragem. Não tem sido fácil para mim quebrar paradigmas, vencer a si próprio, esse inimigo entrincheirado e protegido por muralhas quase invulneráveis, é uma guerra solitária, mas compensadora, tento não abater-me, não me conformar com isso.

      Estes são alguns motivos que me levam a gostar tanto de dessas peleias, contribuem muito na minha permanente construção e desconstrução. Você, meu amigo Roberto, como um "obreiro", participa desse processo, principalmente quando me permitiu conhecer JK.


      Um grande Abraço,

      Luiz Otávio

      Excluir
    2. Boas noites Luiz!

      Aqui em Berlândia a coisa tá cinza, uns dias chove, noutros dias bate sol. Hoje deu para bater na bolinha no Praia Clube – na amarelinha que satisfaz.

      É amigo, esse condoimento que você manifestou, para com seu “conhecido”, sinaliza a sua compreensão do problema e o texto em pauta é remédio apropriado para esse tipo de enfermidade. A miopia para a profundidade do problema e até certo ponto justificável. Parafraseando o dito popular, pode-se dizer que nesse tipo de problema o buraco e bem mais pra baixo, profundo mesmo. “C’est la vie”.

      Suas compreensões sobre “o que é” estão cada vez mais afiadas, perspicazes e, para meu regozijo, afinadas com o meu pensar. Agora que você foi “fisgado” pelos comentários do JK vais ficar no mato sem cachorro... kkkkkkk!

      Jocosidades a parte, nas peleias da vida precisamos mesmo, como você diz, de VALENTIA, CORAGEM, VALENTIA, CORAGEM, VALENTIA, CORAGEM...

      Abração,

      Roberto Lira

      Excluir
  2. Bom dia Roberto,

    Consinto com você quando alega que "a profundidade do problema e até certo ponto justificável.", a questão é como explicá-lo. Isso muito me entristece, perceber que pessoas de boa índole, que almejam encontrar algumas respostas, estejam atrasando seu "processo", sem atinar para a condição que se encontram ou relutantes em admiti-la.

    A medida que conheço pouco a pouco os pensamentos de JK, percebo a magnitude e altivez de suas compreensões. O simples fato dele rejeitar a condição de guru, mestre ou guia espiritual já denota isto. Embora não tivesse conhecimento dele antes de você me "apresentá-lo", admiro sua humildade, refutando qualquer autoridade, seguidores e títulos.

    Essa consciência, despendimento e a pluralidade de seus pensamentos, isentos de qualquer viés religioso, alertando para os condicionamentos e risco das organizações, despertaram em mim percepções que antes passavam desapercebidas, mesmo que já almejasse algum aprofundamento da minha "consciência".

    De fato, a palavra "fisgado" nos cai bem. Penso que neste caso estamos imunes as doutrinações, desde que sigamos o pensamento do mestre (ops), brincadeiras a parte, acho que estamos caminhando bem Roberto, dividindo os percalços do caminho e compartilhando nossa "merenda".

    Acrescentaria que talvez precisemos além da valentia e coragem, também disciplina, para não esmorecer a vontade durante o percurso.

    Grande abraço,

    Luiz Otávio

    ResponderExcluir